Izabel Eri Diehl de Camargo, Caminhos da Vida

"São os passos que fazem o caminho". Mario Quintana

Textos

Ética sonhada
 
No dia Internacional da Mulher,  acordei sonhando com as fases da história. Uma voz dizia ao meu ouvido direito que, na linha de tempo, estão presos muitos marcos importantes e que eles não deveriam ser abandonados. Olhei com os olhos fechados e enxerguei o grego Aristóteles apresentando-me um quadro contendo uma palavra escrita bem no centro, com letras enormes. Fixei o olhar e li. Era ÉTICA.
Acordei inquieta e interpretei. Ah! Ele estava me mostrando o clamor do povo brasileiro pela presença da Ética no comportamento humano. Pensei no porquê. Lembrei de que esse termo tem sido falado e, aparentemente, defendido por tantas figuras de projeção nacional, mas parece não estar sendo entendido nem aplicado de forma adequada. Acionei o pensamento e recordei que a Ética pressupõem a observação de valores coerentes com a Lei da Consciência, que ela normatiza comportamentos e atitudes de todas as pessoas honestas e  verdadeiras. Muitos valores para direcionar o comportamento humano estão claros, como:  Lealdade, responsabilidade, honestidade, justiça, competência, confiabilidade, discrição, respeito, solidariedade, compaixão, iniciativa e tantos outros. A justiça, no meu entendimento, merece destaque, não apenas nos órgãos públicos ou estatais, mas sim, na mente e no coração  de todo ser humano, visto que ela exige  imparcialidade. Essa bela palavra de origem grega “éthos, foi traduzida por costume (moral). Uma segunda tradução refere-se à propriedade do caráter. Porém, a ética grega era mais preocupada com a arte de viver uma vida “bela e boa”.
Hoje, a ética visa à perfeição do ser humano. É responsável pelo estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação, do ponto de vista do bem e do mal. Protágoras, o filósofo, tinha na base de sua doutrina a frase: “O homem é a medida de todas as coisas”. Ele dizia que o certo e o errado não existem como valores absolutos. Desse ponto de vista, o homem é a medida e o juiz dos acontecimentos. Nossa sociedade parece conviver ainda com essa idéia. Torna-se primordial questionar, quais são os parâmetros, os princípios de valor norteadores do julgamento de atitudes e de comportamentos do ser social. Os meios de comunicação muitas vezes informam ocorrências de ações danosas, erros no trato com o indivíduo ou com a sociedade. O que acontece? Nada. Omissão. A verdade geralmente é escondida, escamoteada. Alguns profissionais dizem  responderem ao  que  fazem de forma não muito clara, por uma questão de ética.  Que ética? Quais são os princípios de valor? A ética não significa “atuar sempre a luz da verdade?” Onde está? E a justiça? E a imparcialidade? E a responsabilidade?
Para que ocorra o exercício da cidadania, seria interessante separar o joio do trigo. Qual será o percentual representado pelo trigo? O do joio parece alto. Onde está a ética atual, no joio ou no trigo?  (In: “Caminhos do Mapa Literário”) - Izabel Eri Camargo




Izabel Camargo
Enviado por Izabel Camargo em 01/05/2013
Alterado em 18/05/2013
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